Vamos direto ao assunto: Qual sua opinião sobre o Wii antes e o Wii hoje?
No dia 19 de novembro de 2006 chegava ao mundo o Nintendo Wii, prometendo revolucionar com seu controle diferente de tudo o que vimos antes no mercado de games, com gráficos que não evoluíram tanto em comparação a seu antecessor e jogos mais casuais, para ser jogados tanto pelo seu priminho chato de três anos ou sua avó de 65. Sem exageros, tem muita vovó que adora jogar boliche no Wii Sports, não vamos negar.
De lá para cá muita coisa aconteceu. Muitos lançamentos, muitos jogos, casuais ou não, acessórios, gente emagrecendo, engordando ou até sendo presa por causa do Wii. Algumas das “falhas”, como a falta de espaço, já foram corrigidas, mas será que foi o suficiente?
Com essas considerações, resolvi perguntar a alguns colegas de blog e revistas a opinião deles sobre o assunto:
Claudio Prandoni, Hadouken:
“Mais do que um bom console, o Wii se provou uma excelente jogada de marketing da Nintendo. Não acho que atenda plenamente as promessas feitas há três anos, tanto que o MotionPlus está aí para ajudar a realizar o sonho do reconhecimento total e preciso de movimentos com o Wii Remote.
Contudo, o Wii é um dos principais responsáveis pela expansão e popularização dos videogames na cultura mundial. Graças a ele acabou o estigma de que jogar videogame é uma experiência solitária ou exclusiva de aficionados por tecnologia , ‘nerds’ e jovens. Agora o videogame é apreciado por pessoas de diversas idades e estilos de vida.
Claro, isso acarreta em produções de qualidade duvidosa e um suposto descaso com os jogadores hardcore, que prezam experiências mais difíceis e elaboradas. Porém, entre pontos altos e baixos, considero que o Wii cumpre bem a promessa inicial de revolucionar o mercado.”
Daniel Oliveira, Nintenerds:
"O Wii chegou como um console para toda a família, de fato ele é mesmo. Eu particularmente não agüento mais minha mãe dizendo: “Vamos jogar boliche? “
E o pior é que pegou a família com Wii Sports né? Porque chama a véia para jogar um Smash para ver se ela quer.
O único problema no console branco da Big N são os apoios das Thirds parties, não consigo listar um top 10 somente com jogos não-Nintendo, fico com a sensação que o Wii virou uma máquina de dinheiro (seria apenas sensação?), onde fazer qualquer jogo ruim/mediano rende muita grana para as desenvolvedoras.
Creio que o Wii ainda não chegou ao seu ápice e tem muita coisa por vir. E coisa ótima, uma prova disso é a capacidade do Wii Motion Plus. Ao meu ver, sensacional!"
Felipe Carettoni – Panettoni, Nintenerds:
“O Wii foi uma surpresa. Numa época em que poucos acreditariam em uma reviravolta da Nintendo, tendo em vista as poucas vendas que o Game Cube proporcionou, a empresa japonesa decidiu investir em um novo e muito lucrativo público: os casuais. À primeira vista, todos ficaram surpresos. A Nintendo acabara de abrir uma nova face no mercado de games e os controles de movimento provaram isso. Jogos como Metroid Prime 3, Zelda Twilight Princess, Super Mario Galaxy e Resident Evil 4 me animaram bastante. O Wii era sensacional! PS3, Xbox360? Eu não preciso disso!
O tempo passou...infelizmente passou. O que eram todos aqueles lixos que estavam sendo lançados para o Wii? E aquela falta de espaço para armazenar os games do WiiWare? Um jogador hardcore como eu precisava de novidades de peso. Super Smash Bros. Brawl, mesmo sendo incrivelmente bom, não conseguiu acabar com a minha frustração. Logo recorri aos consoles que antes havia deixado de lado.
Mas a esperança é a última que morre, certo? A E3 2009 mostrou que a Nintendo não desistiu dos seus antigos fãs, mesmo investindo fortemente nos lucrativos casuais. Punch Out e Wii Sports Resort me surpreenderam bastante, de uma forma muito parecida com aquela de tempos atrás. Só espero que a BigN não desaponte novamente.”
George Menezes – Hunterpiro, Nintenerds:
“Depois do finado Dreamcast, o Wii foi o único console que desejei ter até hoje. Mas ainda assim vivo me perguntando: cadê a “Revolution” que prometeram para a gente? A Nintendo optou por seguir seu próprio caminho, deixando que os dinossauros em alta definição se enfrentassem, enquanto desbravava seu oceano azul - e somos gratos por vermos hoje pessoas que jamais se imaginaram segurando um joystick nos convidando para jogar, ou até mesmo nossos pais nos mostrando uma notícia sobre ele num jornal ou na TV – meios de comunicação que simplesmente ignoravam a existência dos games, até a chegada do Wii. Mas... será que é só isso? É estranho ver um console que conta com games do naipe de um Super Mario Galaxy ou Super Smash Bros Brawl, surpresas como MadWorld, inovações como WiiFit, e ao mesmo tempo outros títulos que prefiro não citar o nome e que o fazem parecer um protótipo do anterior Gamecube com um controle que “chacoalha” pra jogar. E o Wiimote então, que só agora com a chegada do WiiMotionPlus parece ter se tornado de fato um Wiimote? Entre glórias e vergonhas, novidades e ajustes, tenho ao menos a certeza de que a Nintendo atingiu seu objetivo: invadir milhares de lares em todo o mundo, apresentar o mundo dos games para os “leigos”, e principalmente, fazer caixa (It Prints Money!!!). Agora é chegada a hora de a Nintendo rever alguns (ou muitos) dos seus conceitos e filosofias, e caprichar no lançamento do [insira o nome do novo console da Big N aqui] que não deve passar de 2011 – pois é mais fácil alcançar o primeiro lugar do quê se manter nele, e a Big N sabe disso.”
Humberto Martinez, editor da revista Dicas & Truques para PlayStation:
“Não vou dar minha opinião profissional sobre o Nintendo Wii, pois sou editor da revista Dicas & Truques para PlayStation e isso soaria esquisito. Porém, nunca fui ista ou adepto de ismos, por isso vou opinar como jogador, o que nunca deixei de ser.
Comprei meu Wii há apenas três meses. Como manda a tradição, optei por inaugurar o videogame com um jogo de aventura do Mario e não poderia ter ficado mais impressionado. O que li e vi sobre Mario Galaxy por ai me deu a impressão de que era um jogo muito diferente dos clássicos que sempre curti. Realmente é diferente, mas tem algo nele que me levou de volta a aquela sensação que tive quando joguei Mario 3 e Super Mario World: a surpresa. Os jogos, principalmente os do gênero aventura, se tornaram muito previsíveis e pouco carismáticos, salvo raros exemplos. Porém, Mario Galaxy tem ali guardada a essência da série, que é aquela inocência e a sua mitologia própria, e agrega um número absurdo de surpresas, novos recursos, perspectivas e idéias que deram a sensação de estar redescobrindo o “jogar videogame”. Sem exageros, me sinto moleque jogando e as funções/aplicações do sensor de movimentos e a diferença de desafios de cada fase me deixa bobo... e muito feliz em jogar. E os meus amigos ainda me abasteceram com Legend of Zelda, Paper Mario, Smash Bros e Wario Ware, jogos que experimentei por dez minutos cada e parei, pois senão seria uma mistura de vícios e perderia o foco. Para mim, diversão com jogos deve ser assim: um de cada vez, sem pressa.
Como só joguei games first parties, não tenho como comentar de forma mais ampla sobre o catálogo do Nintendo Wii.
Sempre concordei e respeitei o foco casual do Nintendo Wii, pois acho uma excelente fórmula de negócio. Porém, optei por não participar, afinal sempre fui fã de jogos hardcore, medidores de porcentagem, finais secretos, level 99 e coisas do tipo. Porém, não creio mais que uma coisa deva excluir a outra. Comprei o Wii Fit no pacote e me diverti muito jogando com a minha namorada e sua família, todos eles leigos em videogames. A diversão multiplayer casual em família, sensação que só me recordo ter sentido (em menor intensidade) na época do Mario Party do N64, faz valer o investimento. Além disso, a disputa por recordes nos minigames do Wii Fit e as disputas ferrenhas com amigos no Wii Sports conseguem suprir, de forma mais leve, a minha necessidade de desafios.
Na minha opinião, gráficos são MUITO legais, mas nunca foram vitais. O que importa é a diversão e inovação. Então o Wii me agrada na proposta que oferece.
Não entendo porque muitas pessoas reclamam desta geração de videogames. Me divirto muito com o PlayStation 3 e seu troféus, PSN, Home e exclusividades; assim como me divertia igualmente com o X360 e suas conquistas, Live e outras exclusividades (a diversão só parou porque ele morreu, que descanse em paz). Fechando o pacote com Wii, tenho diversão de diversos estilos e características diferentes. Acredito que não é preciso eleger o melhor entre todos, apenas se divertir com o que é melhor para você, mesmo que seja um joguinho aqui, outro ali e outro acolá.”
Lucas Patricio, Goluck:
“Eu era grande entusiasta do Wii. Participava de um site que falava apenas dele, mesmo quando ainda se chamava Revolution. Eu espalhava para todos que esse seria o videogames mais diferente de todos os tempos. Não errei. Hoje em dia acho que o Wii é um videogame sensacional, só que como acabou ganhando um público enorme (e diferente, talvez até menos exigente), muitos jogos de baixa qualidade ofuscam os poucos ótimos games do console. É divertido, mas não foi feito para quem gosta de passar tardes e noites jogando videogame.”
Pablo Raphael, Editor-in-chief, Hardgamer:
“Na minha opinião, o Wii cumpre seu objetivo: expandir a base de jogadores, atrair o público que não se interessava por videogames. Claro que os fãs fiéis da Nintendo se decepcionaram pois, após os primeiros jogos lançados para ele, como Zelda TP, Brawl, Super Mario Galaxy ou Metroid Prime 3, a Nintendo deu as costas para esse público e voltou-se para o chamado jogador casual. O Wii nunca se propôs a competir diretamente com os consoles de alta definição e embora venda muito mais do que eles, não faz isso.
A revolução da Nintendo não é uma mudança gigantesca para os jogadores hardcore, com novas experiências e versões fantásticas de suas franquias preferidas, e sim a abertura do mercado dos “não-jogadores” e duvido que isso mude.”
Ronaldo Testa, ex-editor da revista Nintendo World e editor executivo do Hardgamer:
“Tive a oportunidade de colocar as mãos no Wii assim que ele chegou no Brasil, num pacote enviado diretamente pela Nintendo. Naquela hora, uma felicidade quase infinita tomou conta da redação. Depois de algum tempo, após a chegada dos novos Zelda, Mario e Metroid, a graça ficou concentrada em Wii Sports, que em breve deve bater a marca dos 50 milhões de jogos vendidos. A alegria de abrir uma caixa lacrada se foi, juntamente com as novidades originais da Nintendo. O Wii chegou subestimado, e mostrou falhas, algumas corrigidas e outras não. Mas a diversão dos jogos, o fator crucial para a longevidade de qualquer plataforma, se mostrou honesto. Hoje temos mais Mario, mais Wii Sports, “mais do mesmo” - termo muitas vezes utilizado por mim para descrever os jogos lançados para PlayStation 3. É bom a Nintendo começar a inovar de novo. Sou mais um dos que sempre terá carinho pela Big-N, mas sem inovação, fica difícil prever até quando vai durar o sucesso da reciclagem.”
Théo Azevedo, Uol Jogos:
"O Wii cumpriu a promessa da Nintendo de revolucionar a forma de jogar videogame. É fascinante observar como o console conquistou os mais variados perfis, virou assunto na mídia e desmistificou o ato de jogar. Nunca se falou tanto no tal público casual. O problema é que, na outra ponta, o chamado público hardcore ficou um pouco órfão: ai de quem, além do Wii, não possui um PS3 ou Xbox 360, já que sobra porcaria no videogame da Nintendo e faltam jogos elaborados. Mesmo assim, o saldo ainda é bastante positivo – afinal, nunca foi tão fácil convencer a namorada a jogar videogame – e ela realmente gostar de fazer isso – quanto recentemente."
É isso aí. Primeiramente, gostaria de agradecer a todos os colegas de blogs, sites e revistas que participaram e compartilharam a opinião conosco. Um imenso prazer contar com opiniões tão valiosas como a de vocês.
Agora falando por mim: Sempre fui muito fã da Nintendo, confesso que até o nível ista cheguei. No lançamento do Wii, fiz questão de comprá-lo. Vendi jogos antigos, o Cubo e tal. Aquela empolgação toda. Os anos foram passando e sinto falta de jogos mais elaborados, mais hardcores. Há muita bobagem no Wii. Não quero ligar meu game só para fazer ginástica, medir pressão, glicose, ser ofendido pelo WiiFit na casa dos meus amigos (Panettoni presenciou isso. Meu Mii ficou mais gordo do que eu duas vezes). Quero belos gráficos, pancadaria online, tiroteio, tramas bem elaboradas. Estou um pouco desanimado, mas mantenho meu otimismo e acredito que nas próximas atualizações do sistema venham excelentes novidades. Wii Sports Resort e The Conduit foram os últimos jogos que me impressionaram bastante e acredito que, com a vinda do MotionPlus, teremos jogos mais focados no público hardcore. Claro que é legal ver meus pais jogando Archery em Wii Sports Resort, mas aceito desafios mais completos.
Gostaria de lembrar a todos que são opiniões particulares de cada um. Respeito é extremamente importante em tudo nessa vida. Manda ver nos comentários, queremos ver a opinião de nossos leitores!
Nunca pensei que teria considerações a fazer sobre um assunto que entendo tão pouco. Mas é justamente nisto que consiste o 'pulo do gato' da Nintendo.
ResponderExcluirEu estava bem longe de pertencer ao grupo 'casual'. Quiçá, entendia alguma coisa de PS1 (nossa, isso faz tempo), alguma coisa da categoria adventure, alguma coisa sobre não ter estratégia no formato RPG. E só. O próprio Vini sofria, e muito.
Posso dizer que presenciei a transição aw/dw (adorei o trocadilho, viva Young!) e atesto, como leiga que sou, a abertura que que ela trouxe para não só para o mercado, como para as possibilidades de diversão.
Caramba Vini, tu conseguiu a opinião de muito cara "bão" ai.
ResponderExcluirTesta, Prandas, Théo, Humberto, Pablo rapahael, Lucas...
Po, li tudo e no resumo geral de todos, acho que podemos dizer que o console branco da Nintendo conseguiu agradar à todos.
Não eh a toa que seu nome temporario antes do lançamnto era nintendo revolution que realmente mudou o mundo dos nintendistas e fez com que mais gente começasse a jogar e acredito que a cada tempo que passa ainda ficamos surpresos
ResponderExcluirFoi a matéria mais legal que vi nos últimos tempos. Parabéns, xará!
ResponderExcluirRealmente o Wii trouxe muitas mudanças. É bom ver que o pessoal tem consciência disso. Basta ver o sucesso dos Miis, dos controles por movimento, etc. O assunto pointer fica para o final...
Não podemos condenar a Nintendo por seu hardware. Não tinha como a Nintendo competir com o poder de investimento da MS e da Sony, duas gigantes mundiais. Ainda mais com sucesso maior do PS2, mesmo com a capacidade gráfica um pouco superior do Cube. Ou seja, a única saída era dar prioridade à jogabilidade, à criatividade e à diversão. E esses sempre foram os fatores que dou mais valor nos games. E o DS foi a comprovação de que vale mais jogabilidade e a maior variedade de estilos de jogos (que agradam vários tipos de pessoas).
E, se hoje estou comentando aqui, é graças ao Wii e DS. Praticamente parei depois do Super Nintendo. Não era a mesma coisa... Mas depois que me formei e dei rumo na vida, vendo o sucesso do DS e aguardando a revolução do Wii, voltei. E essa é a mágica. A mesma que me fez passar o dia dos pais jogando Resort com meu pai e minha noiva.
Além disso, pude recuperar um pouco do que perdi. O Virtual Console está aí. E aos poucos vou jogando os sucessos do passado. Ou seja, com o Wii tenho todo o passado dos consoles nas mãos, o que pra mim é fantástico.
Como não tenho muito tempo pra jogar não reclamo da falta de jogos, mas sim da falta de tempo ou mesmo dinheiro pra comprar todos. Mas é fato que dependemos da Nintendo para ter jogos de qualidade.
E concordo com o que o pessoal disse. Há espaço para vários consoles numa casa. Quem gosta de jogar muitas horas ou mesmo muitas partidas on line provavelmente deve ter outro console. E isso não é ruim. E creio que não tinha como a Nintendo englobar tudo. Monopólio é ruim demais!
E, pra minha surpresa, aquela precisão não muito precisa do Wiimote foi corrigida com o motion plus e a experiência e as expectativas foram renovadas. Agora vejo que o motion plus é parte fundamental da revolução.
Acredito que daqui a um tempo a Nintendo usará um pouco dos milhões conseguidos com o Wii e DS para melhorar os pontos fracos desses dois aparelhinhos mágicos que ela criou.
Eu estou satisfeito com meu Wii. Mas também quero novidades.
Sobre o pointer...
Eu detesto mirar com o analógico e isso foi uma das coisas que me afastou dos games depois do Super. Como é uma coisa pessoal, deixei para o final. Acho a coisa mais forçada do mundo ficar arrastando a mira pela tela com o analógico. E adorei uso do infravermelho pelo Wiimote. Tomo por base Resident Evil 4. Já tinha tentando algumas vezes jogar ele no Cube e depois no PS2, mas achava insuportável, terrível. E foi o primeiro jogo que comprei no Wii e pude ver que ele é fantástico (desde que não tenha que ficar arrastando aquela mira lazer). E é uma pena que esse recurso não seja tão aproveitado assim (também pela falta de jogos). Acho que é perfeito pra jogos (principalmente shooters) mais hardcore. Pena que as outras empresas não pensem assim e só estejam preocupadas com os controles por movimento. Penso até que seja um pouco de descaso com a jogabilidade e com os jogadores hardcore.
Obrigado Nintenerds e todos os feras que teceram seus comentários de forma tão legal. Não é sem motivo que todos têm nosso respeito.
Abraços, bom trabalho e boa jogatina a todos!
Ih! Foi mal, pessoal. :D
ResponderExcluirNão vi que tinha ficado tão grande o que escrevi...