Em março de 2010, nós brasileiros, tivemos o privilégio de
conhecer Charles Martinet, o icônico dublador do Super Mario Bros. e sua turma.
O que muitos desconhecem é que a primeira vez em que se levantou a possibilidade de trazê-lo ao Brasil ocorreu durante um almoço em uma churrascaria paulistana...
Era setembro de 2009, Bill Van Zill, gerente-geral
da Nintendo of America para a América Latina, encontrava-se em nosso país para
suas visitas habituais de negócios. Como de costume, sempre que ele visitava o Brasil,
destinava um dia para jantar com a equipe e mergulhar mais fundo nas
particularidades do singular mercado local.
Nessa ocasião, no restaurante Fogo de Chão em São Paulo,
estavam presentes: o próprio Bill, Manoel Marques (na época responsável pelas
vendas, hoje integrante do setor de Marketing), Rafael Goméz (Gerente de
Contas-Chave), Otávio Pereira (Gerente de Marketing) e eu (encarregado de
vendas).
Enquanto saboreávamos um suculento churrasco, Bill nos
solicitou sugestões para impulsionar a presença da Nintendo no Brasil, tais
como concepção de brindes, organização de eventos, lançamentos, entre outros...
Eu sempre acompanhei as iniciativas da Nintendo no exterior,
por meio do YouTube, fóruns e blogs estrangeiros, e já estava familiarizado com
o trabalho e o carisma do Charles Martinet. Decidi então lançar a ideia e trazê-lo para o lançamento do jogo New Super Mario Bros. Wii aqui no Brasil.
Bill ficou pensativo
e segundos depois falou: “Uma ideia excelente, vamos fazer isso!”
Manoel dirigiu-me um olhar que transparecia sua
incredulidade: “Isso vai ser incrível”, enquanto todos demonstravam grande
entusiasmo.
Rafael e Otávio ainda não haviam ouvido falar do Martinet, mas tiveram um
vislumbre do seu talento por meio de vídeos exibidos que eu exibia através do
meu celular.
Com o aval do Bill, contávamos apenas com uma ou duas
semanas para orquestrar todo o evento, agendar hospedagem, providenciar a
participação do Martinet e submeter tudo para a aprovação da Nintendo of
America.
Todos estavam cientes de que a tarefa era verdadeiramente
desafiadora. Estávamos imersos em um dos meses de vendas mais movimentados do
ano, enfrentando uma agenda intensa e operando com um time notavelmente
reduzido. Devido às demandas exigentes da Nintendo e à extensa lista de
afazeres do grupo, infelizmente não foi viável incluir Charles no lançamento do
New Mario. Mesmo ele demonstrando um genuíno interesse em vir, como conversado por meio do Facebook:
No entanto, o evento efetivamente ocorreu em 15 de novembro de 2009, numa tarde ensolarada, ainda que ameaçada por pancadas de chuva. Cerca de 2000 pessoas se aglomeraram ao longo de três quarteirões, ansiosas para terem o primeiro contato com o jogo Super Mario Bros. Wii.
Com um investimento significativo, ampla cobertura tanto da mídia escrita especializada quanto televisiva, e um público recorde, todos esses elementos contribuíram para estabelecer o maior lançamento já realizado pela Nintendo até aquele momento em território brasileiro. Algumas vozes até sustentam que esse lançamento foi, de fato, o mais grandioso dentre todos os realizados na região.
Em janeiro de 2010, durante uma conversa com Renato Siqueira, na época editor-chefe da revista Nintendo World, lancei a ideia de trazer Charles Martinet para o Game World. Relatei nossa tentativa de trazê-lo no ano anterior, e que infelizmente não havia sido bem-sucedida devido ao tempo limitado. No entanto, ressaltei que a feira seria um cenário perfeito para trazer a voz do Mario.
Sem surpresa, Renato acolheu a ideia com entusiasmo e prontamente buscou aprovação dos diretores da Tambor, sendo endossado pelo próprio André Forastieri, que deu sinal verde para que Renato desse seguimento à atração.
O primeiro contato de Siqueira ocorreu já em janeiro, apenas alguns dias após nossa conversa, quando ele conduziu uma entrevista exclusiva com Martinet para a edição 130 da Nintendo World.
Foi nesse momento que Martinet reforçou seu desejo de visitar o Brasil. Ele compartilhou que seu pai nutria um grande carinho pelo país e frequentemente compartilhava histórias positivas relacionadas.
O Editor da Nintendo World mantinha sólidas conexões dentro da Nintendo of America, de modo que obter a permissão para a participação de Martinet era uma questão de tempo... ah, o tempo. Nesse caso, Renato podia abusar desse recurso.
Poucos dias depois, já estava a par da confirmação e mal podia esperar para compartilhar a notícia no Nintenerds. No entanto, estava sob sigilo a pedido de Siqueira, e esse sigilo foi revelado no site da Nintendo World um dia após.
Por iniciativa própria e para espanto do Renato, o próprio
mandou essa mensagem para os brasileiros:
excelente...chega a emocionar....
ResponderExcluirNossa que incrível!
ResponderExcluirQue demais essa história, Dani!!!
ResponderExcluirFico no aguardo pelos próximos volumes das suas memórias nintendistas.
Valeu Prandas, Hako e Coliseu!
ResponderExcluirEmocionante. Ótima história!!
ResponderExcluirOlha quem apareceu por aqui.
ResponderExcluirFala Hunter!